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... immer was los an der Piccola Università Italiana ...

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A Piccola Università Italiana não é, nem pode ser, uma escola como as outras...
Studentenecho von José Maria Gomes Morais Sardinha

Num discreto largo no centro de Tropea, tocamos à campainha para que nos abram a porta. Com bastante força empurramos uma pesada porta de madeira pintada de verde e entramos numa escola invulgar, toda caiada de branco para evitar a entrada de calor, com varandas, terraço, inúmeras salas e muitos cantos por descobrir. À medida que o tempo passa estamos mais próximos e apercebermo-nos de todos os pormenores que a tornam única. A Piccola Università Italiana abriu as suas portas ao público em 1993 e mais tarde foi reconhecida pelo Ministério da Educação Italiano como uma escola oficial de língua italiana.

 


Comecei por ter aulas na sala número um, onde para se chegar tínhamos forçosamente de passar pela sala número dois. Muitas vezes, ao chegar atrasado à escola, para entrar na minha sala tinha de interromper a aula da sala número dois... Desfazia-me em desculpas, passava "discretamente" e a professora invariavelmente dizia - non preocuparti, non preocuparti... A minha sala, como aliás toda a escola, estava toda caiada de branco, num estilo antigo muito elegante. As paredes eram altas e no tecto, a partir da ventoinha que estava ao centro, desenhavam-se abóbadas. A primeira aula do dia, das nove às onze horas, era de gramática e a seguinte era exclusivamente dedicada à oralidade. Note-se, em primeiro lugar, que as aulas tinham no máximo seis alunos, cada qual com a sua pequenina mesa redonda de mármore, sentados em forma de semi círculo à frente da professora. O calor que se fazia sentir logo pela manhã obrigava-nos a abrir as janelas que davam para uma das ruas mais movimentadas de Tropea. Enquanto falavam as simpáticas Filomena e Michaela, jovens professoras de italiano, por vezes o barulho da rua impedia-nos de ouvir e compreender o que diziam. Eu não me importava porque achava que isso fazia parte do ambiente descontraído e informal que vivíamos na aula. Logo pelas nove horas ouviam-se os comerciantes a cumprimentarem-se, o barulho dos estores que levantavam para abrir os seus negozi, o conversar entre os vizinhos, o ladrar do cão branco na varanda da casa em frente, o tocar dos telemóveis das pessoas, o buzinar dos motorinos Piaggio que insistiam em querer passar... Há vida em Tropea. E essa vida sente-se. Está ali mesmo ao nosso lado. Tudo isto faz com que as aulas sejam autênticas. Além disto, a proximidade entre os alunos e a professora é o primeiro passo para que se converse muito, num ambiente familiar e descontraído, mas ao mesmo tempo muito enriquecedor. Não se sente o tempo passar, mesmo quando o nosso colega tenta contar com dificuldade uma história durante largos minutos, da qual já perdemos o fio à meada. Isto porque - è più dificcile ascoltare che parlare. Temas interessantes e diversos foram discutidos nas várias aulas de conversazioni, tais como: i gesti italiani, la cucina italiana, la moda, il cinema, le superstizioni (este não tão interessante quanto a mim), il corpo umano, la medicina alternativa, la famiglia, l'oroscopo, gli uomini e le donne, il miracolo di San Gennaro, dai dialetti all'italiano, entre outros. A discussão destes temas permitia aos alunos trocarem opiniões, comparando os hábitos dos italianos com os dos seus países de origem. As diferentes idades, as várias origens e a vontade de partilhar ideias era o tónico, o ponto de partida para uma divertida e interessante conversa. O ritmo das aulas não era só marcado pela professora, os alunos também podiam sugerir temas de conversa, levantar aspectos de gramática que queriam ver esclarecidos... Podiam mesmo contar a história de um filme, de um sucesso ou insucesso na vida, calmamente, durante o tempo quisessem... Nessuno ci corri dietro...


Uma vez que todas as semanas chegavam e partiam alunos, os grupos sofriam alterações e por vezes mudavam de sala. Se a princípio fiquei triste quando percebi que na terceira semana ia mudar de professoras, rapidamente mudei o meu estado de espírito quando percebi que se tratava de pessoas igualmente simpáticas - Barbara e Margarita. Esta foi mais uma lição. Por vezes, agarramo-nos àquilo que já conhecemos e hesitamos em partir mais além, na direcção do desconhecido. Todas as pessoas têm algo para de novo para nos dizer, por uma razão muito simples - porque viveram uma vida diferente da nossa. Vale a pena conhecer.


Assim, na segunda semana parti à descoberta da parte mais alta da escola (mais umas escadinhas!) e na terceira semana mudei de professoras. Numa outra parte da escola existem mais salas cujas varandas têm vista para o largo por onde se entra. Daí podemos avistar a vizinha à janela, o gato no seu parapeito, o regar das flores dos terraços e das varandas...


Para completar a descrição da escola falta-me falar de um ponto muito importante. A amabilidade com que fui recebido pelo director da escola, Antonio, pela sua mulher, Simone, e ainda pela secretária Daniela, não se pode esquecer facilmente. Para mim este foi um ponto decisivo na eleição da melhor escola de línguas que jamais frequentei. Ao contrário de muitas outras escolas de línguas, onde dada a quantidade de alunos "ninguém conhece ninguém", aqui as pessoas mostram simpatia e vontade de conhecer. Sobretudo no decorrer dos primeiros dias, Simone perguntou-me se eu estava a gostar, se o apartamento era do meu agrado, se estava tudo a funcionar (tudo menos a água do chuveiro!)... Demonstrou ser uma pessoa muito atenciosa e ao mesmo tempo divertida - Zé, ti piace Tropea? E não se pense que por estarmos em Itália reina a confusão nesta escola! Não, muito pelo contrário, no final de cada semana era entregue um diploma àqueles que partiam e na segunda-feira seguinte, depois de um teste de avaliação de conhecimentos de italiano, obviamente para os recém chegados, eram afixadas as turmas e os horários. Além disto, a escola organizava semanalmente excursões e programas para os alunos da escola. Destaco aqui a visita guiada pelas ruas de Tropea, a excursão ao Castelo de Vibo, ao Castelo de Pizzo, alle Isole Eolie o Lipari, à Sicília e ainda o passeio de barco até ao Capo Vaticano. Existem ainda muitas outras actividades organizadas pela escola, como por exemplo: serões de cinema italiano, degustação de produtos típicos da Calábria, passeios a cavalo, passeios de bicicleta... Todos os dias há uma actividade programada para a parte da tarde e uma outra ao cair da noite. Por último, já que estou a falar sobre o que a escola tem para nos oferecer, posso ainda dizer que tem uma pequena sala com dois computadores ligados à Internet e ainda uma pequena biblioteca de livros italianos, alguns para consulta, outros para venda.

 

José Maria Gomes Morais Sardinha

geschrieben von José Maria Gomes Morais Sardinha am 01.12.2008 um 21:33 Uhr.

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